Ditadura Militar X Política de Saúde
Nos tristes anos da ditadura militar, muitos direitos foram arrancados aos trabalhadores, seja pela força de repressão patronal , seja pela força das armas e com a colaboração de trabalhadores traidores de sua classe, colocados pelos militares como interventores em vários sindicatos.
A Política de Saúde na ditadura militar: modelo de privilegiamento do produtor privado. A ditadura significou para a totalidade da sociedade brasileira a afirmação de uma tendência de desenvolvimento econômico-social e político que modelou um país novo. Os grandes problemas estruturais não foram resolvidos, mas aprofundados, tornando-se mais complexos e com uma dimensão ampla e dramática.
Em face da “questão social” no período 64/74, o Estado utilizou para sua intervenção o binômio repressão-assistência, sendo a política assistencial ampliada, burocratizada e modernizada pela máquina estatal com a finalidade de aumentar o poder de regulação sobre a sociedade, suavizar as tensões sociais e conseguir legitimidade para o regime, como também servir de mecanismo de acumulação do capital.
A unificação da Previdência Social, com a junção dos IAPs em 1966, se deu atendendo a duas características fundamentais: o crescente papel interventivo do Estado na sociedade e o alijamento dos trabalhadores do jogo político, com sua exclusão na gestão da previdência, ficando-lhes reservado apenas o papel de financiadores.
No plano de saúde pública brasileira, o governo militar instituiu vários órgãos, como por exemplo, a SUCAM (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública), em 1970. Entretanto, esses órgãos não tiveram capacidade de efetivar as ações, pois o aporte financeiro era pequeno. A maior parte dos recursos era empregada nas ações de serviço médico-curativos, mesmo sendo mais caros, era financiada pelas contribuições dos trabalhadores ao INPS. Dessa forma, fica evidente que o Ministério da Saúde era mais um órgão normativo e burocrático que executor