Disserta O Texto
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INTRODUÇÃO
[...] o sonho por um mundo menos feio, em que as desigualdades diminuam, em que as discriminações de raça, de sexo, de classe sejam sinais de vergonha e não de afirmação orgulhosa ou de lamentação puramente cavilosa.
Paulo Freire
Um sonho. Um desejo. A crença de que esse mundo pode ser “menos feio”. Um longo percurso. Poucos motivos para continuar na profissão. Muitas perguntas ainda sem respostas.
Uma única certeza: minha colaboração é necessária.
Faltam recursos, sobram desafios. Atuar na escola pública, na atualidade, parece exigir de nós cada vez mais o enfrentamento de riscos e incertezas. O mundo pós-moderno move-se em velocidade supersônica, parecendo menor e compactado, em virtude dos meios de comunicação e das práticas de globalização. A escola, ao contrário, é lenta e, em muitos casos, “está caminhando na velocidade do carro de boi” (Celani, 2004, p. 41).
Essa
instituição parece, regra geral, estar voltada ao passado, seguindo os mesmos mapas e patinando na incerteza. A grande questão que se coloca é: como reconstruir a partir dos velhos modelos? Segundo Celani (2004), em lugar de se abandonar velhos padrões, determinados por práticas que não foram contestadas, porque fazem parte da tradição da escola, há a necessidade de se aceitar as contradições de sala de aula, inerentes a sua imprevisibilidade. É importante que se recorra às inúmeras escolhas disponíveis, oferecidas pelas contribuições da ciência e da tecnologia. Percorrer outros caminhos, correr riscos e incertezas. É nisso que consiste a criatividade. É preciso olhar de outro modo para as mesmas coisas.
A educação brasileira tem passado por muitas e grandes transformações nas últimas décadas. Isso trouxe como resultado um aumento significativo no número de pessoas que tiveram acesso à escola. Elevou-se o nível médio de escolarização da população. No entanto, todas essas mudanças parecem não ter sido suficientes do ponto