Dispersão populacional na rmbh
Introdução
Ralfo Matos∗ Cássio F. Lima∗∗ Fernando G. Braga∗∗
O município de Belo Horizonte, em face dos níveis de saturação da ocupação urbana, não conta com espaços de expansão há muito tempo, e mesmo a construção vertical tem se expandido lentamente há mais de uma década. A conurbação com municípios vizinhos justificava, já em 1973, a criação da região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) pelo Governo Federal. De lá para cá, a RMBH vem crescendo demograficamente mais que Belo Horizonte, refletindo as restrições espaciais no municípionúcleo e a expansão urbana de tipo residencial e industrial em diferentes extensões da periferia metropolitana. Em estudo anterior verificou-se, mediante a análise de dados relativos à migração de última etapa dos censos de 1980 e 1991, que as trocas populacionais intrametropolitanas indicavam o início de um processo de desconcentração demográfica (Matos, 2000). Essas trocas eram seletivas e contemplavam principalmente os municípios mais próximos de Belo Horizonte, os quais recebiam grandes contingentes de migrantes procedentes do núcleo metropolitano. Belo Horizonte passara a perder expressivos volumes de população migrante para sua periferia nos anos 70, fenômeno que ganhou mais desenvoltura no período 1981/1991. Em outras palavras, em 1980 o diferencial contra Belo Horizonte era da ordem de 141.573 pessoas e em 1991 esse número ultrapassou os 213.000 migrantes, confirmando a dinâmica de desconcentração periférica na região metropolitana. Nos anos de 1980 o grau de dispersão populacional pelos municípios da RMBH aumentava sensivelmente em relação aos anos 70. Antes, praticamente Contagem e Ribeirão das Neves eram os municípios que mais recebiam migrantes procedentes de Belo Horizonte. Nos anos 80, além desses, outros municípios aumentam claramente suas participações como receptores, a exemplo de Santa Luzia, Betim, Ibirité, Vespasiano e Sabará