Direitos Humanos PMBA

DIREITOS HUMANOS, DIREITOS DE TODOS

*Antônio Jorge Ferreira Melo

Ao longo da minha trajetória de educador em Direitos Humanos, não raro a guisa de desabafo e, até mesmo, de desencanto, muitas vezes fui confrontado com a expressão “Direitos Humanos é só para proteger bandidos”, proferida por meus alunos, sem estranhar a afirmativa. Afinal já me acostumei a ouvi-la proferida em todos os setores da sociedade. Em verdade, o que me causa estranheza e perplexidade é a certeza. A certeza que a grande maioria da população tem de que os Direitos Humanos existem apenas para proteger “marginais”. Ao enfrentar o desafio da folha de papel em branco para escrever este texto, no dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 62 anos, passei a refletir sobre essa visão que temos a respeito dos direitos humanos e, também, sobre nossas crenças, nossas certezas, nosso conhecimento. Nessa reflexão, dúvidas me assaltaram... O que é o conhecimento? O conhecimento é uma ilusão? Temos certeza a respeito do que conhecemos? De onde vem essa nossa certeza? Para Albert Einstein : a coisa mais bela que o homem pode experimentar é o mistério. É esta a emoção fundamental que está na raiz de toda ciência e arte. O homem que desconhece esse encanto é incapaz de sentir admiração e estupefação, esse já está, por assim dizer, morto, e tem os olhos extintos. Nesse sentido, somente os insanos afirmam ter certeza de tudo, como diz o filósofo-cronista-teólogo-psicanalista Rubem Alves. E ele tem razão.
Os loucos a que se refere Rubens Alves, literalmente falando, são aqueles indivíduos cujo comportamento ou raciocínio denota alterações patológicas das faculdades mentais, não sabem o que fazem e o que dizem, mas apenas "acham" que têm certeza de suas afirmações, "convicções". Por isso, Rubem Alves diz que:

“As maiores atrocidades da história da humanidade, religiosas e políticas, foram cometidas por pessoas que não tinham dúvidas sobre a verdade dos seus pensamentos. As