Diogo cão, zaire e os alemães
Posteriormente, já no decorrer do reinado de D. João II, herdeiro legítimo de D. Afonso V, conhecido pelo “Príncipe Perfeito”, África não foi deixada ao acaso e devido à visão ecuménica deste rei, a expansão marítima portuguesa ganhou ainda maior expressão. Um dos homens da sua confiança era Diogo Cão, navegador português, a quem couberam algumas viagens de exploração da Costa Ocidental Africana.
Diogo Cão nasce na segunda metade do séc. XV, e ainda em jovem tomou parte de actividades de pirataria contra embarcações castelhanas que se aventuravam na costa Africana. Após à assinatura do Tratado de Alcáçovas-Toledo, em 1479, participou ainda em missões de patrulhamento, com vista a assegurar o cumprimento das cláusulas do mesmo tratado, que, pelo que consta, não estava a ser cumprido na totalidade.
Segundo Damião Peres, Diogo Cão realizou duas viagens ao largo do continente africano. Na primeira, que teve o seu início em 1482, percorreu uma área já conhecida até Mina, de onde se desviou depois para águas estranhas, chegando à foz do Rio Poderoso, em 1483, actualente conhecido como rio Zaire, onde fixou o primeiro padrão (monumentos destinados a afirmar a soberania portuguesa nos locais onde eram depostos), denominado São Jorge. Posteriomente, ainda nesse ano chega ao Cabo do Lobo, onde fixa o segundo padrão, intitulado Santo Agostinho, tendo regressado, depois, a Lisboa. Desta viagem, trouxe com ele alguns escravos congoleses, para que estes fossem instruídos e pudessem revelar informações sobre o seu território originário.