Dilma na guiné e eu quando fui preso e deportado
Lendo o noticiário à propósito da viagem da presidenta Dilma a mais uma dessas cúpulas onde se copula politicamente muitas ideias, mas não se fecunda nada, relembrei das minhas aventuras como membro de uma precursora e bem eclética equipe de marketing político pela África no início dos anos 90, liderada por Geraldo Walter de Souza Filho, o saudoso Geraldão, com as presenças ilustres de Ricardo Noblat, Fernando Barros, Ana Maria e os não menos ilustres Maurício Rossi, Hamilton Oliveira, Nestor Amazonas e muitos outros. Fizemos um trabalho muito rico em experiências com o MPLA em Angola que - não por culpa nem por puro mérito nosso - ainda se perpetua no poder desde dos anos 70, sempre com a ajudinha de brasileiros.
Mas o caso que vou relembrar se refere a uma viagem para a Guiné, onde se dizia que o ditador de então e ainda hoje mandatário supremo do país, pretendia fazer uma abertura política. Havia um partido oposicionista exilado em quase sua totalidade na Europa, há longos 14 anos, depois do sanguinário golpe perpetrado por este que até hoje esta no poder. Ele simplesmente havia matado o tio que era o presidente e mais quatro mil opositores ao passar de uma semana no poder.
Ricardo e Geraldão foram convencidos que lá teríamos uma outra campanha política, desta feita levando à disputa um partido oposicionista ao poder. "Com o povo, pelo povo e para o povo", já seria copiado por nós nessa época.
Pois, então, formou-se uma equipe composta por quatro bravos guerreiros do marketing que na companhia do líder oposicionista, na época exilado em Madrid, chegariam na capital Malabo, para documentar o início das negociações entre oposição e governo para a tão sonhada abertura política.
O plano era chegar em Douala, na República dos Camarões, pegar os vistos na embaixada da Guiné, seguir para São Tomé e Príncipe, onde Miguel Trovoada, presidente, receberia e apoiaria como intermediário o nosso