Dicotomia da Existência de Estados Nação e Impérios

Desde a criação do próprio conceito de Estado Nação, durante as negociações da Paz de Vestefália, onde começou-se a criar um Sistema Internacional embrionário, coexistem nele Estados Nação e Impérios. Séculos se passaram desde o congresso e ainda existem unidades do Sistema que não podem propriamente ser chamadas de Estado Nação, ou por serem imperiais ou por serem, simplesmente, diferentes.
Pode-se entender como um Estado-Nação uma unidade do Sistema que apresente um território vital, ou seja, que existam laços permanentes entre sua nação e aquela região; uma nação sob seu governo; soberania; laicidade e respeito mutuo as outras unidades, ou seja, que use da reciprocidade. Essa categoria de Estado predomina hoje sobre o Sistema, a própria institucionalização do mesmo, ainda que limitada, propiciou essa predominância, as instituições internacionais vem de ideais liberais que propagam o conceito de Estado Nação, dado que um Estado liberal, de economia e politica liberal é também um Estado Nação.
Alguns Estados, entretanto, não se encaixam nessa definições. Estados como a Bélgica, onde coexistem flamencos e franceses, ou o Canada, onde coexistem quebequenses e canadenses, não têm somente uma Nação sob seus governantes e poderiam não ser entendidos como Estados Nação. Outros Estados como os que adotam a Xaria, não são laicos, dado que seus sistema legal é baseado em um código ligado ao Islã, estes Estados também poderiam acabar não sendo entendidos com Estados Nação.
A ideia de Império, por outro lado, deve ser avaliada cuidadosamente. Por seu entendimento clássico, entendendo-o em contraponto aos conceitos atuais de um Estado Nação, um Império seria uma unidade do Sistema, sem um território vital, ou seja, não importaria qual território seu governo fosse soberano sobre, contanto que ele fosse soberano; sem uma nação própria; não laico e não respeitante dos conceitos de reciprocidade. Hoje um Estado imperial pode ser entendido como sem legitimidade no Sistema,