Diabete: tipo 1 | O perfil psicológico e o grau de aceitação do diabetes mellitus tipo 1 (DM1) parecem influênciar diretamente os níveis glicêmicos. Neste trabalho avaliou-se a influência do perfil psicológico nos níveis glicêmicos de pacientes com DM1. Foi realizada análise retrospectiva do cadastro dos participantes do projeto Diabetes Weekend (DW), colônia de fim de semana para DM 1 em Minas Gerais. Em 150 pacientes (66M/84F, 21,6±13,5 anos e duração de DM1 de 8,5±7,9 anos) foram estudados: esquema insulínico, forma de administração de insulina, dose diária de insulina e dose diária na colônia DW, perfil psicológico, glicemia capilar e passado de crise convulsiva, hipoglicemia grave ou cetoacidose (CAD). A glicemia foi monitorizada 4 vezes ao dia com glicosímetro digital. Quanto à forma como os pacientes estão lidando com a doença, 20,9 por cento relataram estar muito bem (G1), 39,5 por cento, bem (G2), 25,6 por cento com dificuldade de controle glicêmico (G3), 9,3 por cento tentando aceitar (G4) e 4,7 por cento relataram estar "péssimos" em relação ao DM1. A glicemia capilar média (GCM, em mg/dl) foi significativamente menor no G1 (169,8; G2: 182,3; G3: 199,3; G4: 200,7). Não houve associação signficante com a história pregressa de CAD, hipoglicemias ou convulsão. A menor aceitação da doença esteve relacionada à duração do DM1 superior a 5 anos (p= 0,017) e à idade (p= 0,000). 13,9 por cento dos pacientes relatam ter vergonha de dizer em público que são diabéticos. A GCM foi significativamente maior nesse grupo em relação aos que não têm vergonha de assumir a doença (246,2 vs. 178,1; p= 0,007). Nos 91 pacientes (60,4 por cento) que relatam ter medo de "passar mal" em público a GCM foi significativamente maior (200,4 vs. 184,5; p= 0,014). A monitorização glicêmica sistemática demonstrou associação positiva entre as dificuldades de lidar com a doença (aspectos psicológicos) e pior controle glicêmico. É importante a abordagem psicológica e multidisciplinar do