Detecção laboratorial da enzima kpc em enterobactérias e
Agentes betalactâmicos são importantes antimicrobianos utilizados no tratamento de infecções por bactérias Gram-negativas, porém tem sido descrito na literatura o crescente aumento da resistência aos mesmos. Vários mecanismos de resistência estão envolvidos na inativação destes agentes, sendo destacado o mecanismo de inativação por enzimas betalactamases (GONÇALVES, 2010). Carbapenens, como imipenem e meropenem, são agentes betalactâmicos mais recentes recomendados como terapia de infecções graves causadas por enterobactérias com produção de enzimas betalactamases de espectro estendido (ESBL, do inglês, Extended-spectrum beta-lactamase). Porém, enzimas capazes de hidrolisar os carbapenens, as carbapenemases, foram descritas na década de 90. Entre as carbapenemases, a enzima do tipo KPC tem ganhado maior notoriedade, uma vez que são capazes de hidrolisar todos os betalactâmicos, incluindo penicilinas, cefalosporinas, monobactans e carbapenens e são codificadas por genes localizados em plasmídeos (GALES et al., 2009). O primeiro isolado clínico produtor de KPC foi detectado na Carolina do Norte, em 1996. Até o ano 2001, isolados clínicos produtores de KPC eram raramente detectados, mas desde então vários surtos hospitalares tem ocorrido. Embora a produção de KPC seja detectada com maior freqüência entre amostras de Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli, KPCs tem sido reportadas em outros gêneros da família Enterobacteriaceae, como Proteus, Serratia, Salmonella e Citrobacter, e mais raramente em outros micro-organsimos como Pseudomonas aeruginosa. A disseminação global de amostras produtoras de KPC tem sido relativamente rápida, talvez porque a colonização/infecção causadas por esses micro-organismos possa passar despercebida e/ou porque os genes codificadores de KPC possam se disseminar facilmente (GALES et al., 2009). A incidência crescente de enterobactérias produtoras de carbapenemase em todo mundo é um