Desnutrição
A desnutrição infantil é, atualmente, um problema de saúde pública, sendo responsável por 40 % dos óbitos em crianças menores de 1 ano. A Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN,1989) evidenciou uma incidência de 5.800.000 desnutridos menores de 5 anos no Brasil, sendo 32% entre 6 meses e 2 anos de idade. Dados de 1996, provenientes da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, indicam que 10.5% das crianças brasileiras apresentavam déficit de altura. Mesmo com a diminuição em mais de 20% de desnutrição energético-protéica, na última década, um contingente considerável de crianças brasileiras ainda apresentava atraso marcante de crescimento, pela relação peso/idade, na faixa crítica dos 6 aos 23 meses.
Um estudo recente sobre a situação socioeconômica e o estado nutricional de 535 famílias moradoras em favelas do município de São Paulo mostrou uma prevalência de 30% de desnutrição em crianças, sendo o problema mais importante a desnutrição crônica. Ao estudar os aspectos socioeconômicos da desnutrição no Brasil, Campino concluiu que a renda é o fator isoladamente mais importante na determinação do estado nutricional. Segundo Grillo (1995), as crianças escolares desnutridas pregressas apresentaram piores condições socioeconômicas do que as eutróficas, com fatores de risco significantes para desnutrição. Além dos fatores socioeconômicos como renda, saneamento básico, escolaridade materna, número e ordem de nascimento dos filhos, tipo de moradia, pode-se citar também, como causa da desnutrição, hábitos alimentares inadequados, desmame precoce ou errôneo, digestão e absorção deficiente de nutrientes, infecção etc.
A alimentação e nutrição constituem requisitos básicos para a promoção e a proteção da saúde, possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e de desenvolvimento humano, com qualidade de vida e cidadania. Nas últimas décadas, a distribuição de alimentos para grupos populacionais vulneráveis por meio de serviços de saúde tem