desmundo1

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Brasil Século XVI, o destino de algumas órfãs da metrópole portuguesa é o novo mundo enviadas pela Rainha Dona Catarina para desposarem os primeiros colonizadores.
"Já que escrevi a Vossa Alteza a falta que nesta terra há de mulheres, com quem os homens casem e vivam em serviço de Nosso Senhor, apartados dos peccados, em que agora vivem, mande Vossa Alteza muitas orphãs, e si não houver muitas, venham de mistura dellas de quaesquer, porque são tão desejadas as mulheres brancas cá, que quaesquer farão cá muito bem à terra, e ellas se ganharão, e os homens de cá apartar-se-hão do pecado" (NÓBREGA, Padre Manoel da, 1552 apud MIRANDA, 2003, p. 9). Os primeiros anos da empresa colonial na América Portuguesa caracterizavam um ambiente de grandes desafios e novas experiências para todos que aqui aportavam. Da mesma forma foi para as mulheres que aqui chegaram pré-destinadas a constituir família de acordo com as exigências da Igreja. De acordo com o fragmento acima, podemos averiguar determinadas características inerentes a essas mulheres, padre Manuel da Nóbrega solicita que elas sejam brancas, ‘puras’ e obedientes. Na Europa católica e no Brasil daquela época, a mulher era considerada objeto posse, de prazer (que somente o homem deveria sentir, pois, o prazer da mulher estava ligado ao pecado) e de procriação, nesse sentido a união com a mulher branca e pura significava a pureza da "raça" e também a prova inconteste de temor a Deus indispensável a um bom cristão. Em Portugal, durante o período moderno, as principais confrarias eram destinadas à assistência de adolescentes pobres e órfãs. O principal objetivo era evitar que estas jovens se perdessem e vivessem em pecado aos olhos da Igreja Católica. Atribuíam a elas dotes para o casamento ou para a profissão religiosa. No legado da obediência elas eram encaminhadas para a vida social.
"Estas casas destinavam-se a raparigas órfãs, porque a preocupação com estas meninas era muito grande. Sem pai que as

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