Desenvolvimento

“Vidas, liberdades e capacidades”. SEN, Amartya. A ideia de justiça. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
No texto acima referido, Amartya Sen discute a centralidade e a relevância da vida humana na avaliação do mundo atual. Segundo Amartya, há várias análises acerca da natureza das vidas das pessoas, no entanto, os estudos se concentram no melhoramento de objetos inanimados de convivência, sem levar muito em consideração a qualidade de vida, bem-estar e liberdades trazidas pelo ser humano.
Assim, na análise das nossas vidas, há razões para nos interessarmos não somente no tipo de vida, mas também na liberdade que temos para escolher entre diferentes estilos e modos de vida. Nesse contexto, inserem-se a responsabilidade ambiental e o dever de desenvolvimento sustentável.
Ao discorrer sobre a perspectiva da liberdade na avaliação das vidas humanas, Amartya destaca que as variações não se limitam ao aspecto geográfico, indicando a inexistência de evidência empírica para a divisão da história em valores ocidentais e orientais.
Com efeito, a liberdade traz consigo dois valores essenciais, pois a partir dela é possível contar com mais oportunidade de buscar os objetivos, além de atribuir importância ao processo de escolha.
Ao diferenciar aspecto de oportunidade a aspecto de processo de liberdade, Amartya indica que o primeiro pode ser visto com base em resultados de culminação, caso vista a oportunidade de modo particularmente estreito e considerada a existência de opções e a liberdade de escolha tiver maior importância. Em uma definição mais ampla, ela pode ser compreendida como a forma como a pessoa atinge a situação culminante. A distinção entre a visão estreita e ampla de oportunidade é importante para a fixação da ideia básica de liberdade relacionada a conceitos mais específicos, tal como as capacidades.
Segundo Amartya, a abordagem da capacidade se concentra na vida humana e não apenas em alguns objetos separados de conveniência, apresentando uma