Desenvolvimento Necessário ou Risco Socioambiental?
Alexandre Guimarães dos Santos Santana
Resumo: O projeto de construção da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu, no estado brasileiro do Pará, vem enfrentando fortes criticas por parte de ambientalistas nacionais e internacionais, organizações sociais e acadêmicos tendo como foco principal o fator ambiental e a preservação das aldeias indígenas das localidades inundadas com o barramento do Xingu.
O Governo defende o projeto alegando que o mesmo foi totalmente reformulado do seu desenho original para reduzir os impactos ambientais, alem de salientar que Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do planeta e tende a promover a melhoria da qualidade de vida na região, gerando empregos, desenvolvendo a agricultura, atraindo indústrias e investidores para uma localidade tão carente de investimentos.
Belo Monte é a principal obra do PAC, tendo um investimento total estimado em R$ 19 bilhões, prevê condicionantes que atendem as manifestações apresentadas pelas comunidades, tais prerrogativas são investimentos exigidos como contrapartida ambiental e incluem medidas socioambientais tendo destinado a este fim um investimento de R$ 1,5 bilhão.
Por outro lado o movimento contrário à obra tem afirmado que no Projeto de Belo Monte, existem graves problemas e diversas lacunas.
Um estudo realizado recentemente por 40 especialistas defende que a usina não é viável do ponto de vista social e ambiental, porque irá reduzir o fluxo das águas afetando a fauna e a flora, interromper parte do transporte fluvial, prejudicar o comércio nas comunidades ribeirinhas (que tem a pesca como subsistência), alterar o sistema ecológico com impacto direto nas diversas espécies da ictiofauna, danificar o patrimônio arqueológico, retirar índios do seu ambiente original, reduzir áreas de lazer, mudar a qualidade da água e formar poças causando a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, aumentar desordenadamente a