Desenvolvimento local
O auge do capitalismo, iniciado no pós-guerra, entraria em crise no início dos anos de 1970, devido a quatro fatores determinantes, relacionados à crise do modelo de desenvolvimento: diminuição dos ganhos de produtividade, elevação da composição orgânica do capital, saturação da norma social de consumo e desenvolvimento do trabalho improdutivo. O agravamento da crise latente do fordismo, cujos sinais se tornaram evidentes pela aceleração da inflação, pelo endividamento das empresas e pelo aumento implacável do desemprego, devido à substituição do trabalho pelo capital, como forma de aumentar a produção, se manifestou com o primeiro choque do petróleo no final de 1973 e início de 1974 e com o segundo “choque do petróleo” no início de 1979, colocando em evidência a crise estrutural do capitalismo ocidental e engendrando seu processo de reestruturação produtiva e econômica.
Uma revolução técnico-científica e gerencial foi ativada a partir de fins dos anos 70 com o duplo objetivo de aumentar a produtividade do trabalho e quebrar o poder de negociação do sindicato. O resultado foi uma substancial alteração na própria materialidade do mundo do trabalho, com significativas alterações no perfil profissional derivadas da desqualificação, fragmentação e precarização nas relações de trabalho, além de uma desocupação estrutural massiva. Outra faceta das mais importantes assumidas pelo capital em crise tem sido a financeirização e a já aludida desterritorialização que permitem uma aceleração no processo de centralização e concentração, assim como uma reprodução ampliada que tende a se desmaterializar e se reduzir à fórmula do dinheiro que produz dinheiro.
Mas a ofensiva do capital em crise de valorização tem necessidade -- como em qualquer outro momento da contradição em processo -- de um Estado adequado a essa nova fase voltada para a consecução da mundialização. O Estado assistencial entrou em crise no momento