Desencouraçamento de Genero
Trata-se de um artigo produzido pela Professora Maria Luiza Melo de Carvalho, Psicológa e Doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social, terapeuta ocupacional/FM/CCS/UFRJ, Integra o Movimento de Valorização da Paternidade do RJ e Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento que busca conhecer melhor como os homens vivenciam, se organizam, se motivam para cuidarem de seus filhos sem a participação de uma figura feminina nesta relação.
Foi realizado um estudo exploratório através de entrevistas com 16 pais de diferentes classes sócio-econômicas e graus de instrução todos residentes no Rio de Janeiro, em 2006.
O Projeto de Pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Maternidade – Escola da UFRJ, com o número 07/2007 e registro no CAAE 0004.0.361.000-07.
Resumo
As dificuldades dos homens para o exercício do cuidado criam vulnerabilidades masculinas na sua relação consigo mesmo e com os outros. Em 2006, no Rio de Janeiro, foi realizado um estudo através de entrevistas profundas, com 16 pais de diferentes classes sócio-econômicas, que cuidam diariamente de seus filhos desde a infância até a adolescência, sem a presença das mães. O objetivo do estudo foi conhecer como estes homens vivenciaram, se motivaram e se organizaram para cuidarem desses filhos. O prazer no cuidado com os filhos permitiu a estes pais, o aumento da auto-estima, o amadurecimento psicossocial, o desencouraçamento dos padrões da masculinidade e a auto-regulação pessoal. A pesquisa indica a discussão do envolvimento dos homens com o cuidado e dos conceitos psicológicos que identificam a paternidade com as funções disciplinadoras na educação infantil. Cuidado pode ser entendido como potencialidade humana, auto-reguladora, independente do sexo, que se manifesta em condições sociais que permitem a libertação