Desafios
Madrid, El País 26/05/2000
Sete desafios matemáticos valem US$ 1 milhão cada para quem resolvê-los.
Javier Sampedro e J.M. Ahrens
MADRI - Exatamente cem anos depois que o cientista alemão David Hilbert definiu os 23 grandes problemas que a matemática do século 19 foi incapaz de resolver, o empresário norteamericano Landon Clay ofereceu US$ 1 milhão para quem solucionar cada um dos sete enigmas fundamentais que, segundo sua equipe de assessores, derrotaram a matemática do século 20. Dos
23 enunciados de Hilbert, 20 foram resolvidos ou abordados satisfatoriamente, e dois já não são considerados importantes. O último torna a aparecer na nova lista.
O empresário Clay é fundador do Instituto de Matemática Clay, um centro sediado em
Cambridge (Massachusetts) que se dedica ao estudo avançado das ciências exatas. Sua equipe de assessores inclui Andrew Wiles, o matemático da Universidade Princeton que, em 1995, conseguiu demonstrar o escorregadio teorema de Fermat, enigma que durante 350 anos intrigou os matemáticos do mundo todo.
Os outros assessores são Alain Connes, do Collège de France, Edward Witten, do California
Institute of Technology, e Arthur Jaffe, de Harvard. Clay sabe muito bem onde aplica o seu dinheiro. O empresário anunciou sua oferta nesta sexta (26) em Paris, durante os eventos organizados pelo
Collège de France para celebrar o centenário da lista proposta por Hilbert em 1900, que marcou boa parte da investigação matemática do século 20.
Os sete enigmas, segundo os especialistas que os escolheram, quando resolvidos permitirão enormes avanços nos campos da criptografia e das ciências aeroespaciais, e também abrirão áreas inexploradas das matemáticas.
"Sete enigmas representam os grandes problemas não solucionados da matemática do século 20", disse Wiles nesta sexta em Paris. "Esperamos que a oferta de um prêmio inspire e estimule as futuras gerações de matemáticos." Realmente,