dermatofitoses
dossier: pele
Será fungo?
Diana Tomaz*
RESUMO
Estima-se que as infecções fúngicas superficiais afectem 20 a 25% da população mundial e a sua incidência continua a aumentar. A maioria é causada por dermatófitos, que são fungos que necessitam de queratina para crescer. As alterações produzidas por estes fungos designam-se de dermatofitoses, epidermofitias ou tinhas.
Em Medicina Geral e Familiar é habitual o clínico deparar-se com questões como: «Dr., apareceram-me umas manchas na pele, será um fungo?». Algumas vezes, particularmente em doentes com risco especial como os polimedicados, os diabéticos, os imunodeprimidos ou as crianças, torna-se difícil saber quando é adequado instituir terapêutica oral.
O presente artigo tem como objectivo efectuar uma breve revisão das dermatofitoses, com especial enfoque na sua abordagem terapêutica.
As tinhas classificam-se de acordo com a sua localização anatómica: tinea capitis no couro cabeludo, tinea pedis nos pés, tinea corporis no corpo, tinea cruris na região inguinal e tinea unguium nas unhas.
Um exame clínico cuidado é o primeiro e mais importante passo no diagnóstico das epidermofitias. No entanto, este pode ser estabelecido através de um dos diversos exames: microscopia com hidróxido de potássio, cultura, lâmpada de Wood e biópsia. Na prática clínica, a recolha de amostras para microscopia e cultura é aconselhada quando há necessidade de terapêutica oral, a infecção parece refractária ao tratamento inicial ou o diagnóstico é incerto.
Apesar do tratamento tópico ser suficiente, na maioria das dermatofitoses, a terapêutica oral é aconselhada nas tinhas do couro cabeludo, da barba e das unhas. Os antifúngicos tópicos do grupo das alilaminas possibilitam tratamentos mais curtos e taxas de cura maiores do que os antifúngicos do grupo dos azóis. A terbinafina, o itraconazol e o fluconazol são os fármacos mais utilizados para tratamento sistémico.
Palavras-chave: Dermatofitoses; Diagnóstico;