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Concurso domingo. Mordida agressiva ou aprendizagem
O primeiro contato da criança com o mundo acontece pela boca. Ao mamar, a criança experimenta, além da alimentação, o carinho e o aconchego da mãe. Assim, ela percebe toda forma de prazer e desprazer através da boca. Observando um bebê de quatro meses, percebemos que ele procura levar à boca, além das mãos e pés, todos os objetos ao seu alcance para experimentá-los dessa forma. Além de usar a boca para conhecer as coisas, o bebê também a utiliza para outras formas de contato. Aceitar ou rejeitar alimentos é uma delas. Chorar também. No choro, a criança usa a boca como principal via de comunicação, e os adultos aprendem a identificá-lo dando um sentido para cada tipo. Isso também vale para seu sorriso, balbucio e outras expressões.
Quando surgem os dentes, começam as mordidas. Mordendo, as crianças percebem muitas coisas: diferenças de textura, consistência, forma. Por isso, damos brinquedos para morder.
Mordendo, a criança está se comunicando com o mundo e observando as diferentes reações das pessoas. Descobre a novidade do susto, choro ou espanto da criança que foi mordida e pode querer repetir como brincadeira. É claro que a criança ainda não sabe quanta força pode colocar na boca e também não sabe avaliar as conseqüências desse comportamento. É preciso mostrar que ela acaba provocando dor e machuca outras crianças. Não podemos esquecer que as crianças têm características diferentes. A partir de suas experiências em casa, com sua família, cada uma vai construindo uma maneira particular de reagir às situações: um empurrão, um beliscão, som alto, um toque, uma carícia etc.
Em situações de disputas de objetos ou quando se sentem contrariadas, podem reagir mordendo, enquanto outras choram, na expectativa de que o adulto as ajude. Também podem morder por ciúmes ou insegurança, por não saberem organizar suas emoções e por ficarem ansiosas, cansadas ou irritadas.
Não há receitas para acabar com as mordidas.