Da Unidade ao Binário
Algumas considerações.
Francisco Cezar de Luca Pucci.
Criança: ela=mundo=UM...ela ≠ mundo=2...mundo + ela=superego = 3
Não ferimos nenhum princípio ético ao tratar publicamente de um tema que, sendo objeto de estudo na Arte Real, tem sido tratado por místicos e gnósticos de todos os séculos. A questão dos números UM, DOIS e TRÊS é verdadeiramente misteriosa. Símbolos magníficos de uma doutrina, esses números encerram uma reflexão que atravessa as épocas e se desdobra em milhares de páginas. Eu sou um daqueles tantos que circulam em torno desses números, tentando sempre incorporar (in corpore, sentir no corpo, trazer para os sentidos) mais pelo aprofundamento da reflexão sobre os mesmos, numa espiral ascendente que já vai se tornando verdadeira mandala. Por isso, neste texto busco apenas acrescentar um pouco mais às minhas percepções. Tomando o que está escrito de forma literal (nas letras, nas linhas, no texto), sabemos (sic) que o UM se torna DOIS e se completa no TRÊS. Posto assim, na forma mais simples possível. Mas se isso nos fala sobre uma pretensa verdade, não a explica. Num dado momento podemos nos satisfazer com o "o que"; em algum outro desejaremos responder ao "por que". A UNIDADE é, aparentemente, o conceito de mais fácil compreensão. O "todo" é "tudo", é "UM", é o sistema mais inclusivo. Trata-se de um truísmo, menos pela verdade que encerra e mais por ser um conceito adequado aos nossos paradigmas de raciocínio. O "aparentemente" do parágrafo anterior não é mero reforço de linguagem. Aqui já começamos a tratar com a realidade do binário. A evolução do ser humano se dá no sentido da unidade para a alteridade, comprovando o princípio hermético de que "como é em cima é em baixo". A criança, em seus primeiros anos, não se distingue da totalidade. Em sua percepção, ela é o mundo e o mundo é ela. Ela É a Unidade. A linha evolutiva se dá no sentido de ir progressivamente se percebendo como um outro. E percebendo ao