Células
Existem, todavia, problemas que dificultam o aproveitamento da biodiversidade para o desenvolvimento de novos medicamentos. O que inclui: 1) falta de leis específicas para o acesso a biodiversidade; 2) grande complexidade das moléculas isoladas a partir de produtos naturais, que às vezes dificulta sua síntese; 3) o tempo necessário para o descobrimento de moléculas líderes às vezes é longo; 4) a descoberta pode ser dispendiosa; 5) poucas bibliotecas de compostos naturais estão disponíveis; 6) existem poucas informações com relação a estrutura-atividade desses compostos; 7) freqüentemente, moléculas já conhecidas com pouco interesse, são isoladas de produtos naturais; 8) os químicos sintéticos muitas vezes são relutantes em trabalhar com produtos naturais (9).
Os medicamentos, sobretudo a partir da quimiossíntese industrial, têm assumido a condição de bem de consumo dotado de um princípio ativo (entidade molecular com potencial efeito terapêutico, que pode ser acompanhado de efeitos adversos).
Muitos estudos têm ressaltado a sinergia existente entre a lógica de mercado e a visão reducionista do fenômeno saúde/doença (modelo biomédico), que contribui para intensificar o fenômeno designado como medicalização, com as implicações éticas e sócio-sanitárias decorrentes. Com isso criou-se uma verdadeira 'cultura da pílula', pois interessa à indústria farmacêutica ter consumidores constantes e acríticos, dependentes desses insumos, os quais passam a ser percebidos e utilizados como a principal, se não a única, fonte de bem-estar e saúde (Barros, 2002, 2008a).
Os médicos, por sua vez, alvo de estratégias