Cândido, pangloss e a questão do meilleur des mondes: uma interpretação filosófico-literária da obra cândido ou o otimismo

2922 palavras 12 páginas
Anais do IV Colóquio Internacional Cidadania Cultural: diálogos de gerações 22, 23 e 24 de setembro de 2009

Cândido, Pangloss e a questão do meilleur des mondes: uma interpretação filosófico-literária da obra Cândido ou O Otimismo

Otacílio Gomes da Silva Neto1

RESUMO : O debate em torno do meilleur des mondes é uma constante na obra Cândido ou O Otimismo (1759) de Voltaire. Uma das questões que permeava esse debate era se as coisas iam de mal a pior ou se as catástrofes naturais, guerras e tragédias faziam parte da ordem natural das coisas e, portanto, num plano geral poderiam ser consideradas boas. Através de seu mestre Pangloss, Cândido aprende desde cedo que Tout est bien, pois esse é o meilleur des mondes possibles. Conceito que vai mudando consideravelmente na proporção em que a experiência da vida vai mostrando a Cândido que as coisas parecem mesmo é ir de mal a pior. As amarguras fazem com que Cândido comece a desacreditar nas lições de Pangloss e passe a adquirir uma visão de mundo menos ingênua. As desgraças vivenciadas despertam-no para a realidade da vida. Palavras Chave: Otimismo – Bem – Mal – Ordem

Nesse ano de 2009 temos a satisfação de comemorar os 250 anos de publicação da obra: Cândido Ou o Otimismo (1759) de Voltaire. Esse acontecimento é marcante para os estudiosos e leitores de pensadores de língua francesa do século XVIII, e mais particularmente para os que se interessam pelo pensamento de Voltaire. Conhecido como um dos filósofos do Século das Luzes, Voltaire também se destacou nos domínios da literatura e do teatro. Havia, nessa época, uma estreita relação entre filosofia e literatura, pois, romances e contos eram bastante utilizados para os pensadores divulgarem suas idéias. Conforme Matos: “Um dos traços mais fascinantes do pensamento do século XVIII é, sem dúvida, a inexistência de fronteiras precisas entre filosofia e literatura e, conseqüentemente, a multiplicidade de gêneros então praticada pelo filósofo” (MATOS, 2001,

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