Curitiba
Paraná, em 1885, a noção de que a vegetação era benéfica encontrava-se difundida nas principais capitais brasileiras. O salubrismo setecentista (ou oitocentista) pregava a necessidade de se promover uma toalete topográfica, ou seja, higienizar os terrenos próximos às habitações, através da drenagem e pavimentação. Esta ação estaria intimamente ligada a uma toalete social, que se baseava na limpeza das ruas e nas áreas de isolamento, como hospitais, asilos e prisões.3 Desejoso de implantar na capital paranaense os mesmos preceitos de salubridade e progresso, Taunay ressaltou a necessidade de construir um Passeio ou Jardim Público.
O logradouro proposto para Curitiba estava impregnado dos ideais urbanísticos da época, cuja essência era promover o embelezamento da cidade, através do seu saneamento. Diferentemente do Jardim Botânico proposto em 1857, cujo objetivo era econômico, o Passeio Público urgiu como instrumento de glorificação do poder do homem sobre a natureza.
A INAUGURAÇÃO
O local onde foi construído o Passeio Público, região norte da cidade, era um grande banhado formado pelo rio Belém. As freqüentes inundações do rio, criavam charcos imundos que atemorizavam a população em virtude do mau cheiro e das águas paradas. Ao seu redor, os barões do mate foram se estabelecendo, procurando escapar das leis municipais que regulavam os padrões arquitetônicos para as edificações, dentro da área legalmente entendida como meio urbano.7 Dessa forma, a obra mostrou-se interessante para a elite ervateira, pois valorizava os seus terrenos.
Para a direção dos trabalhos, como aterramento, nivelamento do terreno, que tiveram início em fevereiro de 1886, foi instalada uma comissão composta pelos ervateiros Francisco Fasce Fontana (nomeado diretor do Passeio logo após sua inauguração) e Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul. Em 22 de março do mesmo ano, com as obras já em andamento, a