cuppertino
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Criação e formação: a Oficina de criatividade revisitadaChristina Cupertino
Esse é um trabalho ainda embrionário de releitura das circunstâncias de implantação e desenvolvimento do que hoje se constituem como intervenções psicoeducativas cujos objetivos são, simultaneamente, a formação de psicólogos comprometidos com os problemas da sociedade brasileira e o atendimento a indivíduos (crianças, adolescentes, adultos e idosos) em situação de sofrimento psíquico, entre outras razões, pela marginalização frente aos aspectos básicos da cidadania e da inserção sociocultural. Dá continuidade a estudos que venho desenvolvendo sobre uma área de atuação na Psicologia – as Oficinas de Criatividade
– que abordei pela primeira vez como pesquisa sistemática em 1995, em minha tese de doutorado1. Implantadas inicialmente apenas junto a grupos de estagiários de Psicologia essas oficinas passaram a ser oferecidas em outros contextos, e geraram outras pesquisas ao longo de dez anos, quando implantadas em um centro de juventude na Favela do Flamengo
(1997/1999) e junto a adolescentes participantes de um programa de formação para a ação comunitária oferecido pela Fundação Gol de Letra (2003/2005), e ainda através de um levantamento feito sobre práticas formativas que envolviam o uso de recursos expressivos
(2001/2003).
Oferecida para alunos de Psicologia, no início, estritamente como atividade de caráter vivencial, ao longo desses dez anos a Oficina de Criatividade passou por mudanças significativas. A experiência vivida e os resultados observados ao levar as oficinas a outras situações e instituições sugeria insistentemente a tentadora possibilidade de propor aos alunos inscritos no estágio que conduzissem, eles mesmos, atividade semelhantes. Dessa forma, o estágio passou a ser dividido em duas etapas. Num primeiro momento, os alunos passam pela vivência em Oficina de Criatividade, para em seguida implantar oficinas em comunidades e instituições escolhidas por