Culturas que se encontram em tempos pós-coloniais: Tchekhov e Zulu, de Salman Rushdie
7046 palavras
29 páginas
CULTURAS QUE SE ENCONTRAM EM TEMPOS PÓS-COLONIAIS:“TCHEKHOV E ZULU”, DE SALMAN RUSHDIE
Wagner Lacerda (UFJF)1
Resumo: Esse trabalho tem como objetivo investigar temas e problemas que envolvem o conceito de cultura no conto “Tchekhov e Zulu”, do escritor indiano Salman Rushdie, publicado no livro Oriente, Ocidente (1994). Tentaremos compreender, através do referido texto, três questões fundamentais: como se formam as identidades no mundo de hoje, qual o lugar do nacionalismo na época atual e como se estabelecem contatos culturais entre dois mundos tão paradoxais, distantes no tempo e no espaço, a saber, o Ocidente e o Oriente. Assim, partindo-se de um espaço específico que será ponto de partida para nossas elaborações e reflexões, traçaremos algumas hipóteses sobre tais interrogações. O referencial teórico dessa pesquisa engloba textos de autores como Homi K. Bhabha, Stuart Hall, Clifford Geertz e Michel Foucault.
Palavras-chave: Cultura. Oriente. Ocidente. Identidade cultural. Nacionalismo.
Abstract: This paper aims to investigate issues and problems involving the concept of culture in the story "Chekov and Zulu", of the Indian writer Salman Rushdie published in the book East, West (1994). We will try to understand, through this text, three fundamental questions: how they form identities in today's world, what place in the current age of nationalism and how are established cultural contacts between two worlds so paradoxical, distant in time and space, namely the East and West. Thus, starting from a especific space who will be the starting point for our reflections and elaborations, we will draw some hypotheses about such questions. The theoretical framework of this research includes texts by authors such as Homi K. Bhabha, Stuart Hall, Clifford Geertz and Michel Foucault.
Keywords: Culture. East. West. Cultural identity. Nationalism.
1 INTRODUÇÃO
Mário de Andrade, em um prefácio nunca publicado de Macunaíma, afirmava categoricamente: “Ora