Cultura
1. O DETERMINISMO BIOLÓGICO
São velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças” ou a outros grupos humanos. Muita gente ainda acredita que os nórdicos são mais inteligentes do que os negros; que os alemães têm mais habilidade para a mecânica; que os judeus sao avarentos e negociantes; que os norte-americanos são empreendedores e interesseiros; que os portugueses são muito trabalhadores e pouco inteligentes; que os japoneses são trabalhadores, traiçoeiros e cruéis; que os ciganos são nómades por instinto, e. finalmente, que os brasileiros herdaram a preguiça dos negros, a imprevidência dos índios e a luxúria dos portugueses.
Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças gentéticas não são determinatnes das diferenças culturais. Segundo Fehx Keesing, “não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuiçâo dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situição conveniente de aprendizado”. Em outras palavras, se transportarmos para o Brasil, logo após o seu nascimento, uma criança sueca e a colocarmos sob os cuidados de uma família sertaneja, ela crescerá como tal e não se diferenciara mentalmente em nada de seu irmãos de criação. Ou ainda, se retirarmos uma criança xiuiguauia de seu meio e a educarmos como filha de uma família de alta classe média de Ipanema, o mesmo acontecerá: ela terá as mesmas oportunidades de desenvolvimento que os seus novos irmãos.
Em 1950, quando o mundo se refazia da catástrofe e do terror do racismo nazista, antropólogos físicos e culturais, geneticistas, biólogos e outros especialistas, reunidos cm Paris sob os auspícios da Unesco, redigiram unta declaração da qual extraimos dois paragrafos:
a) Os dados científicos de que dispomos atualmente não confirmam a teoria segundo a qual as