Cultura
VOLTAIRE – O Ingénuo. Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2008. ISBN 978-989-552-365-8
VOLTAIRE – Cândido ou o Otimismo. Mem Martins: Publicações Europa-América, [19--].
Para este trabalho de recensão de uma obra para a Unidade Curricular de História da Cultura na Época Moderna, o que nos propomos a fazer é uma análise descritiva e crítica em simultâneo, de duas obras de Voltaire: L’Ingénu (O Ingénuo) e Candide, ou l’Optimisme (Cândido ou o Otimismo). Ao selecionarmos este autor e tais obras, o que pretendemos é, não só entrar em contacto com um nome clássico do Iluminismo francês, como também perceber o nível de sátira social que Voltaire demonstra nestas duas obras, a par das suas críticas a determinadas ideologias defendidas então. Desta forma, começar este trabalho sem antes apresentar o autor das duas obras e mostrar todo o contexto em que viveu seria impensável. Tendo nascido a 21 de novembro de 1694, já nos finais do reinado do Rei Sol portanto, François Marie Arouet era oriundo de uma família burguesa aristocrata parisiense. A partir de 1704 estudou num colégio Jesuíta onde já aí se distinguia na Dialética e Teologia, e depois de 1713 tornou-se secretário da Embaixada francesa em Haia. Em 1717 (quando a França vivia o período conhecido para a historiografia daquele país como le Régent, sendo regente do reino Filipe II, duque de Orleães, primo do futuro Luís XV) foi preso na Bastilha, já mesmo por impopularidade face a críticas ao então regente. Foi então aí que iniciou a sua produção literária em peso, tendo de imediato escrito a tragédia Édipo (1718). Na década de vinte voltaria ao cárcere e seria então obrigado a um exílio em Inglaterra, entre 1726 e 1729. Aí conheceu Edward Young, Alexander Pope, Jonathan Swift, George Berkeley e contactou com os ideais de Isaac Newton e John Locke, o que haveria de ter peso na sua escrita a partir de então. Depois de ter regressado a França, acabou por ter de