Cultura - um conceito antropológico
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1986.
O determinismo biológico (pp. 13 – 14). Primeiro capítulo.
“[...] o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação. Um menino e uma menina agem diferentemente não em função dos seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada.” (LARAIA, 1986).
A espécie humana se diferencia pelo gênero, ou seja, por ser do sexo masculino ou feminino principalmente. Entretanto, é inverdade que isto é o principal fator nas diferenças de comportamento. Em culturas diferentes é possível que o papel masculino ou o feminino de seus integrantes variem, ou não sejam equivalentes.
Não é o determinismo biológico que é o grande fator na formação cultural de um indivíduo, e mesmo que aparente ser, o que acontece é o inverso: a educação cultural que o indivíduo recebe é que vai defini-lo biologicamente aos olhos da sociedade cultural em que está incluído.
O determinismo geográfico (pp. 15 – 17). Segundo capítulo.
“O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. [...] A partir de 1920, [...] refutaram este tipo de determinismo e demonstraram que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais. E mais: que é possível e comum existir grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.” (LARAIA, 1986).
Novamente a ideia de que existe um determinismo exterior falha ao apontar a geografia, pois o homem e suas distinções culturais não podem ser simplesmente explicados pelo seu aparato geográfico, ou biológico. Desse modo o ser humano se torna especial justamente por possuir cultura, que se mostra acima do lugar onde ele nasceu ou habita, tornando-o diferente dos outros animais.
A falha do determinismo geográfico é clara até mesmo aqui no Brasil, onde pessoas que nascem e habitam em regiões