cultura um conceito antropológico
Com a abolição da escravatura no Brasil no fim do século XVIII, o Maracatu passa gradualmente a ser caracterizado como um fenômeno típico dos carnavais recifenses, como ocorreu com o Frevo, o Caboclinho, o Cavalo-marinho entre outras práticas populares brasileiras, mas mantém em muitos “agrupamentos” uma forte ligação com a religiosidade do Candomblé ou Xangô Pernambucano.
No período carnavalesco em Pernambuco é comum nos depararmos com os batuques dos maracatus nação,que anunciam o cortejo real. Na verdade o que hoje nos parece tão comum ainda traz muitas interrogações sobre sua história.
Considera-se que surgiu onde hoje é o estado de Pernambuco, principalmente nas cidades de Recife, Olinda e Igarassu (que antigamente abrangia também o que são hoje os municípios de Itapissuma, Abreu e Lima e Itamaracá), durante o período escravocrata, provavelmente entre os séculos XVII e XVIII. Como a maioria das manifestações populares do país é uma mistura de indígena, africanas e europeus.
Apesar de existirem muitas visões, histórias e hipóteses diferentes, a explicação mais difundida entre os estudiosos a cerca da origem do Maracatu Nação é a de que ele teria surgido a partir das coroações e autos do Rei do Congo, prática implantada no Brasil supostamente pelos colonizadores portugueses e por conseqüência permitida e difundida pelos senhores de escravos.
Os eleitos como Rainhas e Reis do Congo eram lideranças políticas negras, intermediários entre o poder do Estado Colonial e as mulheres e homens de origem africana. Destas organizações teriam surgido muitas manifestações culturais populares que passaram a realizar encontros e rituais em torno dessas representações sociais, dando origem ao Maracatu de Baque Virado.
Após um intenso processo de decadência dos maracatus de Recife durante quase todo o século XX, ocorreu nos anos 1990 o que podemos chamar de “Boom do Maracatu”. A prática adquiriu uma notoriedade que nunca havia