Cultura Religiosa
1) É possível existir uma Religião ou Igreja que não use símbolos? Justifique.
Não, pois o símbolo é a linguagem fundamental da experiência religiosa. É uma das categorias mais antigas de interpretação do fenômeno religioso. O símbolo religioso remete ao mistério e faz uma ponte com o próprio Deus.
Uma vez que a religião lida com o mistério, com o transcendente, com aquele que não cabe na razão humana e não se esgota nunca, é impossível dizer algo de Deus ou se dizer sem o símbolo.
Toda religião é na verdade um forte sistema simbólico que tenta dizer o indizível através do símbolo. O símbolo é representação de uma ausência e ao ser interpretado emerge e aponta para o mistério tornando-o acessível. Ele fornece um sentido para a realidade e para a religião que a razão pura não daria conta de fornecer.
Uma boa explicação racional não dispensa e nem substitui o papel do símbolo na experiência religiosa.
Sem eliminar ou desfazer da linguagem racional, o símbolo tem um papel importante e determinante no cotidiano de todas as religiões porque ele remete ao inexplicável. Quando tudo já está explicado, já está claro, já não há símbolo.
Ao revestirmos um objeto ou pessoa de simbolismo fica possível ao ser humano se comunicar com o mistério, com aquele que é o Absoluto.
Fazendo uma analogia, podemos dizer que o símbolo é como a lente de um binóculo ou microscópio que permite ver o que sem ela não se vê.
Sem a simbologia, a experiência religiosa ficaria enfraquecida na sua recepção e comunicação, pois o símbolo nos ajuda a entender as experiências religiosas que acontecem na interioridade humana.
O símbolo é gerador de vínculo e pode aproximar pessoas e grupos. Muitas pessoas se reúnem em torno de um símbolo e se identificam com os que usam o mesmo símbolo. Nas religiões os símbolos exercem este papel com muita clareza e eficiência, uma vez que seus “devotos” são muitas vezes