Cultura brasileira / antropologia
Desde o final do século passado os antropólogos vêm elaborando inúmeros conceitos sobre cultura. Entretanto, o termo já ultrapassou das 160 definições, e ainda assim não chegaram a um consenso sobre o significado exato.
O conceito de cultura varia no tempo, no espaço e em sua essência. Tylor, Linton, Boas e Malinowski consideram a cultura como ideias. Para Kroeber e Kluckhohn, Beals e Holijer, ela consiste em abstrações do comportamento. Keesing e Foster a definem como comportamento aprendido. Leslie A. White apresenta outra abordagem: a cultura deve ser vista não como comportamento, mas em si mesma, ou seja, fora do organismo humano. Ele, Foster e outros englobam no conceito de cultura os elementos materiais e não materiais da cultura.
Essas colocações divergentes, ao longo do tempo, permitem apreender a cultura como um todo, sob vários enfoques. Podendo assim ser analisada como: Ideias (conhecimento e filosofia); crenças (religião e superstição); valores (ideologia e moral); normas (costumes e leis); atitudes (preconceito e respeito ao próximo); padrões de conduta (monogamia, tabu); abstração do comportamento (símbolos e compromissos); instituições (família e sistemas econômicos); técnicas (artes e habilidades); artefatos (machado de pedra, telefone) decorrentes da técnica, mas a sua utilização é condicionada pela abstração do comportamento.
Para Leslie A. White, as coisas e acontecimentos que constituem a cultura, encontram-se no espaço e no tempo, e são classificadas em intra-orgânicas (conceitos, crenças, emoções, atitudes), interorgânica e extra orgânica (machados, fábricas, ferrovias, vasos de cerâmica).
Entretanto, para esse autor, um item qualquer – conceito, crença, ato, objeto – deve ser considerado um elemento da cultura, desde que haja simbolização (representação por meio de símbolos), ou seja, analisado em um contexto extra somático.
Ou seja, a cultura, para os antropólogos, de forma geral,