Culin Ria Indigena
Os primeiros habitantes do Brasil, utilizando o que a natureza e a floresta lhes ofereciam, se alimentavam basicamente de mandioca, macaxeira (aipim), milho, carne de caças, peixes, raízes, frutas silvestres, palmito, castanhas, “cocos” de palmeiras e algumas folhas.
As inúmeras palmeiras da flora brasileira, entre as quais o babaçu, a carnaubeira, o buriti, a Ouricuri e a inajá, foram bastante usadas pelos indígenas na sua alimentação. Delas extraiam frutos, óleos, bebidas, farinhas e palmitos. Muito importante também era o caju, fruta brasileiríssima, que além de ser ingerido in natura, serve para fazer suco, doce, vinho, licor, farinha e bolo com as suas castanhas. Segundo Orlando Parahym havia guerras violentas entre os cariris e os tapuias, para se apoderarem dos cajueiros existentes em áreas litorâneas.
A castanha do Pará (conhecida hoje como castanha do Brasil) e o mel de abelha eram também alimentos fundamentais na dieta do índio brasileiro. Quando ainda não conheciam a cana-de-açúcar – que chegou ao Brasil em 1502, proveniente da Ilha da Madeira –, os indígenas retiravam o mel dos favos das colmeias, após afugentarem as abelhas com fogo, e ainda comiam as abelhas assadas sobre pedras. Sabiamente, tinham o cuidado de deixar um pouco de mel para assegurar a continuação do trabalho das abelhas, o que garantiria a obtenção permanente do alimento.
De uma maneira geral, as hortaliças não faziam parte dos hábitos alimentares do indígena. Cultivavam a mandioca – o pão do índio –, a macaxeira ou aipim, o milho, o amendoim. O plantio e a colheita de qualquer cultura agrícola eram feitos pelas mulheres (cunhãs), cabendo aos homens às atividades da caça e da pesca.
Entre as frutas silvestres que lhes serviam de alimento estão a mangaba denominada de bato-i (Hancornia speciosa); o ingá (Inga edulis) que eles chamavam de y-igá; o araçá (Psidium araçá); a jabuticaba (Myrthus jaboticaba); o abiu (Lucuma caimito); a guabiraba