CRUZAMENTOS STANISLAVSKIANOS NO “PROJETÃO” EM MONTAGEM DE BRECHT
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STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DEMONTAGEM DE ESPETÁCULOS
CRUZAMENTOS STANISLAVSKIANOS NO “PROJETÃO” EM MONTAGEM DE
BRECHT
José Manoel de Souza Junior; Orientador: Marcos Chaves; Universidade Federal da Grande
Dourados.
Pontuações iniciais
Ao estudarmos teatro sabemos que muitas teorias nasceram desde o seu surgimento, e no decorrer desses períodos históricos muitos encenadores foram se destacando por suas teorias ou trabalhos teatrais, refletindo e modificando significados. Citarei dois, do século
XX, que observo relevantes para estudantes de artes cênicas: Constantin Stanislavski e
Bertold Brecht.
Constantin Stanislavski nasceu na Rússia, em 1863, e sempre teve contato com teatro através de sua família, que por puro intelecto ensaiava e apresentava peças teatrais dentro de casa no circulo Alexeiev. Juntamente com um amigo, Vladimir Dantchênco, fundou o TAM (Teatro de arte de Moscou) com finalidade de inovar a forma de interpretar dos atores, baseando-se em teorias sobre preparação vocal, corporal e técnicas de interpretação. Através dessas teorias formulou o que conhecemos hoje como “sistema
Stanislavski”.
Bertold Brecht nasceu em Augsburg, na Baviera, em 10 de fevereiro de 1898 e morreu em 14 de agosto de 1956, em Berlim Oriental. Poeta, escritor, dramaturgo, diretor, ator, músico, teórico, autor de inúmeros escritos sobre teatro, foi o responsável pelas mais profundas transformações nas artes cênicas do século XX. É o responsável pelo chamado teatro épico que tem como objetivo principal despertar o senso crítico do espectador, e para isso usa como artifício o distanciamento – que faz com que os atores, ao invés de se identificar com a personagem, mostrem a ação através de “gestus sociais”, possibilitando assim a consciência critica individual do público tirando-o de sua passividade como espectador. “Brecht foi poeta e dramaturgo, mas antes de ser diretor de teatro, pensador de teatro, foi estudante de medicina