Cristianismo

3050 palavras 13 páginas
Igreja Católica, Nutriz da Alma Humana

Paulo Miranda

Diz S. Agostinho que os profetas falaram mais da Igreja que de Nosso Senhor, porque era mais fácil errar acerca da Igreja do que de Cristo. Segundo o grande bispo de Hipona, não faltariam aqueles que fizessem alarde de ser eles os únicos católicos, e de que somente neles estaria a verdadeira Igreja Católica.
O nosso tempo – autor de uma eclesiologia tantas vezes herética – demonstra muito bem essa verdade.
Daí a necessidade de conhecer bem a doutrina da Igreja acerca de si mesma.
Por outro lado, não se pode amar aquilo que não se conhece. Defender a Igreja - dever de todo católico - pressupõe amá-la; amá-la pressupõe conhecê-la.
Hoje não se ama a Nosso Senhor porque Ele não é conhecido, e isto se dá exatamente porque a Igreja não é conhecida. Se o fosse, ver-se-ia bem que a Igreja Católica é uma obra divina, e se reconheceria que seu autor, Nosso Senhor, é Deus.
Os inimigos da Igreja não se cansam de atacá-la. Os católicos, porém, deixam de defendê-la, pois simplesmente a desconhecem. Sua própria mãe lhes é, no fundo, uma estranha: de todas as tribunas os inimigos lhe jogam em face as piores calúnias, e seus filhos não se interessam em conhecê-la e defendê-la.
Da fé na Igreja depende, de certo modo, a fé em todos os outros pontos de nossa fé. Pois sem a autoridade da Igreja poder-se-ia rejeitar todo o Credo. Diz S. Agostinho que não creria no Evangelho se não lhe fosse apresentado pela autoridade da Igreja.
É claro que a Igreja não é senão um instrumento, porta-voz de Deus. Portanto, é em última análise no próprio Deus que nós acreditamos.
Antes de falar sobre a Igreja, porém, convém demonstrar a necessidade de sua existência, exigida pela própria condição humana.
1) A alma humana, por natureza, sedenta de absoluto
Deus criou o homem, pela sua própria natureza, obrigado à Religião.
Naturalmente, todo homem busca a felicidade plena, firme e imperecível: o homem foi feito por Deus com essa sede

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