Cristianismo
De forma a sanar esse problema, as religiões poderiam exercer uma “instrumentalização do sagrado” em favor da afirmação de seu poder particular com respeito aos outros. Portanto, o grande desafio do diálogo inter-religioso consiste em demonstrar a possibilidade de uma conversação alternativa, sendo assim uma forma de indicar como a violência não faz parte da essência da religião. Ademais, um dos objetivos essenciais do diálogo é a convocação de todos em favor da paz, isto é, a retomada do genuíno sentimento religioso, o único capaz de inspirar valores contra a violência e os conflitos.
A reciprocidade existencial, ou seja, o “intercâmbio de dons”, é a intenção principal do diálogo. Essa dinâmica relacional envolve a semelhança e a diferença em processo de abertura e enriquecimento mútuos. O diálogo inter-religioso instaura uma comunicação entre fiéis de tradições religiosas diferentes envolvendo indivíduos que estão enraizados e compromissados com a sua própria fé, mas igualmente disponíveis ao aprendizado com a diferença.
Uma condição essencial para a interação inter-religiosa é a humildade. O diálogo exige humildade, abertura e respeito ao diferente. Contudo, não basta abrir-se para a diversidade, mas também afirmar a liberdade e a dignidade do outro, deixando-se envolver por sua verdade. Outras condições são a fidelidade à própria identidade, como também o respeito à dignidade do outro em