CRISE HIDR ULICA
A CRISE HÍDRICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
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Introdução
A falta de chuvas tem conduzido o Brasil e, em particular, a região Sudeste, a uma situação difícil. A crise hídrica que estamos vivendo neste final de período úmido
2014/15 é inédita e traz sérias consequências econômicas e sociais. Em vários campos, como na geração de energia elétrica, no abastecimento das cidades, e na agricultura, vivem-se muitas dificuldades decorrentes da falta de chuvas.
Com o objetivo de providenciar informação básica para as
Senhoras Senadoras e os Senhores Senadores, a Consultoria Legislativa reuniu consultores de especialidades variadas para produzir material de leitura rápida sobre as principais questões envolvendo a crise hídrica, incluindo suas consequências nos demais segmentos econômicos. O resultado desse esforço está consubstanciado no presente Boletim Legislativo, que, esperamos, esclareça as principais dúvidas sobre o assunto. Perguntas frequentes
1 – A causa principal da atual crise hídrica no Brasil é a estiagem?
R. Não.
2 – A crise hídrica que hoje ocorre nas megalópoles e metrópoles decorreu de insuficiência no investimento?
R. Considerando-se especificamente o caso da região metropolitana de São
Paulo, sem extrapolar essa conclusão para outras megalópoles que também estejam sofrendo as consequências da crise hídrica, é difícil concluir que a falta de investimento
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Elaborado por Gustavo Aouar Cerqueira, Henrique Salles Pinto, Ivan Dutra Faria, João Carlos
Rodrigues Baptista, Karin Kassmayer, Luiz Beltrão Gomes de Souza, Marcos Antonio Köhler, Omar
Alves Abbud, Victor Carvalho Pinto, todos consultores da Consultoria Legislativa do Senado Federal.
foi a principal causa da deficiência atual no fornecimento de água. De fato, a média de chuvas no sistema Cantareira (desde 2003) entre janeiro e julho é de 933 mm. Em 2013, o volume foi de 762 mm e, em 2014, de apenas 533 mm. Desse modo, em dois anos, a pluviosidade total nesses períodos