Crise econômica européia e os impactos nos sistemas de saúde
A crise econômica que afeta a Europa desde 2007 começa a afetar as instituições hospitalares e demais redes de atendimento à saúde pública. Entre essas consequências estão a precarização dos serviços, demissões no setor, diminuição dos salários, aumento da carga horária de trabalho de profissionais da saúde e a diminuição de remédios gratuitos disponíveis à população. Os cidadãos europeus também são atingidos diretamente pela crise e já apresentam os efeitos e demais problemas de saúde advindos dos efeitos da crise econômica. Nos últimos 30 anos os sistemas de saúde públicos europeus se modernizaram e aumentaram a eficiência nos atendimentos prestados aos cidadãos europeus. Um exemplo é o Sistema Nacional de Saúde na Espanha, que se solidificou nesse período, basicamente com financiamento público, aumento progressivo da cobertura, fusão de serviços, melhora dos recursos, com profissionais de saúde assalariados pelo Estado, descentralização coletiva da gestão, criação de uma atenção básica sólida com formação de 25 mil médicos de família e modernização dos hospitais. Porém, desde 2007 esse progresso foi interrompido pela crise econômica. Desde então se iniciou uma precarização dos serviços e privatização de serviços da saúde pública. Esta perda de qualidade é preocupante, pois os serviços de atendimento em saúde pública tornaram-se precários para atender aos problemas causados pela crise, como o aparecimento dos “novos pobres”, que antes possuíam poder aquisitivo, mas agora desempregados beiram à situação de mendicância, visto que 25% da população economicamente ativa espanhola está desempregada. Parte destes não consegue mais pagar seus estudos, suas necessidades pessoais e até suas moradias. Mais de um milhão e meio de casas estão vazias em função de despejos por falta de pagamento, causando ondas de suicídio e depressão coletiva. Há famílias que não possuem nenhum membro