CRIME ORGANIZADO
Marcos Vieira Santana
RESUMO
A globalização da economia, a política de segurança pública que vem sendo adotada nos Estados e o arcabouço jurídico brasileiro têm contribuído para a crescente atuação de grupos criminosos. A assinatura de tratados de livre comércio, a abertura das fronteiras e a rede mundial de computadores facilitaram a circulação de pessoas e bens e aumentaram o fluxo de informações ao mesmo tempo em que permitiram o crescimento do tráfico de drogas, armas e outros produtos lucrativos. A atual política de segurança pública é ineficaz porque combate a conseqüência e não a causa dos crimes transnacionais. Por fim, o arcabouço jurídico brasileiro, nitidamente já ultrapassado, impõe à força investida do poder de polícia uma burocracia enorme para a elaboração de processos judiciais.
Atualmente vivemos uma época de conflitos localizados e limitados, internacionais ou internos, envolvendo forças estatais e não estatais, motivados por questões étnicas, tribais, religiosas ou apenas criminosas. Grande número de fatores estruturais internos como pobreza, fome, carência de justiça social, desigualdade na distribuição da renda e sentimento de exclusão colaboraram para aumentar a desordem social. A multiplicação de forças não estatais e o colapso dos serviços de Estado contribuíram para o surgimento de uma nova ameaça.
Após o final da Guerra Fria e o desmantelamento do sistema bipolar, novos atores apareceram no cenário internacional. São organizações que ocuparam o vácuo de poder que o Estado não pôde cobrir. As máfias locais, os movimentos separatistas, as organizações terroristas e o crime organizado buscaram desenvolver sua influência à margem do Estado. Em todo o mundo, militares estão combatendo oponentes não estatais, tais como: a Al-Qaeda, o Hamas, as FARC e por que não dizer, as Organizações Criminosas e as Milícias.
Estes grupos, mais ou menos organizados e coordenados, tratam de