Crianças abandonadasbno brasil: um problema politico ou social?

A EMERGÊNCIA DE UMA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA NO BRASIL.

QUINTEIRO, Jucirema - UFSC
GT: Sociologia da Educação /n.14
Agência Financiadora: Não contou com financiamento

Introdução
É possível falar sobre a emergência de uma sociologia da infância no Brasil? Em que medida a aparição deste objeto pode ser uma contribuição para a sociologia da educação e da sociologia geral? Como se constrói as culturas infantis e quais são as especificidades deste grupo social? Como ver a articulação com a totalidade social das ciências humanas? Como tratar as dificuldades teórico-metodológico? Certamente, o debate sobre a infância como um fenômeno sociológico exige tanto uma reflexão de filosofia política quanto um esforço de investigação empírica.
Entretanto, somente em 1990, os sociólogos da infância reuniram-se pela primeira vez no Congresso Mundial de Sociologia para debater sobre os vários aspectos que envolvem o processo de socialização da criança e a influência exercida sobre esta pelas instituições e agentes sociais com vistas à sua integração na sociedade contemporânea. A partir daí, realizou-se um verdadeiro boom na produção estrangeira, mais do que isto, iniciou-se, como disse Sarmento (2000), "um olhar caleidoscópico sobre a Sociologia, no sentido de identificar a presença da infância no desenvolvimento do pensamento sociológico e descortinar as razões da sua gritante ausência nas correntes clássicas da Sociologia".
Um exemplo deste boom na produção européia pode ser constatado mediante os dois números publicados pela Revista Éducation et Sociétés em 1998 e 1999, respectivamente, onde estão reunidos vários artigos que tratam sobre a emergência deste campo de estudos: a Sociologia da Infância. Mais recentemente, dois de seus mais importantes artigos foram traduzidos e publicados como tema de destaque no Cadernos de Pesquisa nº 112. Os textos de Régine Sirota e Cléopâtre Montandon constituem-se, sem dúvida, referenciais de análise para a pesquisa devido à