Crack
Desde o dia 3 de janeiro a Polícia Militar realizou uma operação para combater o tráfico de drogas e dispersar viciados da região conhecida como cracolândia, no centro da cidade de São Paulo.
O objetivo do Estado foi dificultar o acesso às drogas pelos dependentes, forçando-os a procurar ajuda especializada junto à rede municipal de saúde e assistência social para deixarem o vício.
A eficácia do cerco, entretanto, vem sendo questionada por especialistas em segurança pública e saúde. Um dos pontos criticados é que a “limpeza” não resolveria o problema, pois, os usuários estariam apenas sendo deslocados para outros bairros da região.
Em dez dias de operação, 69 pessoas foram presas (a maioria, pequenos traficantes), 152 usuários foram encaminhados para unidades de tratamento e 3.607 pessoas revistadas, de acordo com o balanço da PM.
A maior apreensão ocorreu no dia 12 de Janeiro, quando uma mulher foi detida com 16 mil pedras de crack.
Nesse mesmo período, 50 crianças foram recolhidas das ruas, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social. Elas foram encaminhadas ao serviço de saúde pública, para tratamento, ou a abrigos, conselhos tutelares e suas famílias.
A Cracolândia.
A cracolândia existe há 20 anos no bairro da Luz e imediações, no centro da capital.
Nos anos 1990 houve um pico de violência urbana em São Paulo, com chacinas em bairros de periferia. Entre as vítimas dessas matanças estavam os “nóias”, como são chamados os viciados em crack. Eles eram mortos por furtarem objetos nas comunidades em que viviam (para sustentar o vício), por denunciarem traficantes ou acumularem dívida junto ao tráfico.
Os “nóias” então buscaram refúgio no centro, que acabou se tornando um território livre para o consumo e a venda ilegal de drogas. Diferente das periferias, onde a venda de drogas é controlada por facções criminosas, na cracolândia o comércio ocorre de forma indiscriminada. Essa facilidade de acesso, combinada com o