CRACK
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Era o ano de 1995 quando a família Peixoto, composta por alguns dos mais notórios traficantes da Pedreira Prado Lopes, tradicional favela de Belo Horizonte, começou a comercializar o crack na cidade. A droga já havia se estabelecido em São Paulo no começo dos anos 1990. Na capital mineira, assim como ocorreu entre os paulistas, a nova mercadoria iniciou um processo de rápidas transformações na estrutura do comércio de droga. Era a primeira fase da venda do crack, marcada pela descentralização da rede de traficantes, disputas fatais, ciclos de vingança, traições e retaliações a consumidores. Sete anos depois, parte da cidade havia sido devastada pela violência.
As transformações no universo criminal de Belo Horizonte ocorridas com a chegada do crack e os diferentes estágios do comércio da droga foram reconstituídos por uma equipe de nove pesquisadores e os resultados divulgados ontem na capital mineira. "Fizemos um estudo de caso em Minas, mas as conclusões servem para identificar os efeitos da chegada do crack que são comuns às grandes cidades brasileiras", diz o sociólogo Luis Flavio Sapori, do Centro de Pesquisas em Segurança da PUC de Minas, que coordenou a pesquisa.
Antes da droga chegar, entre os anos de1991 e 1995, quando o tráfico vendia maconha e cocaína, a taxa média de homicídios entre jovens de 15 a 24 anos em Belo Horizonte era de 51,2 por 100 mil habitantes. Durante o período mais violento, entre 2001 e 2005, os números na mesma faixa etária tinham saltado para 216,7 por 100 mil.
Se a porta de entrada foi o bairro de Pedreira, a violência só se disseminou na cidade quando outras favelas, como Morro das