Couraças
Frinea Brandão - Psicoterapeuta Reichiana
No Aurélio, uma das definições de couraça é:
1. Armadura de couro ou de metal destinada a proteger as costas e o peito.
Para Reich, couraça é uma espécie de armadura biológica energética.
É portanto uma defesa contra os perigos do mundo externo e do mundo interno.
Através do desequilíbrio energético ela é construída também para equilibrar esse sistema energético;
"então, quando não há uma auto regulação energética a tendência do organismo é fabricar meios para equilibrar ou eliminar o excesso de energia, formando couraças." Essa couraça é muscular.
A couraça biológica energética inibe a pulsação e a vibração do corpo.
O caráter é escrito no corpo e o corpo com sua linguagem nos aponta para seus caminhos.
Cada pequeno traço de caráter é inscrito nesse corpo inibindo sua pulsação plena.
A atitude do caráter é expressa através do comportamento como um todo.
Em sua origem, podemos dizer, citando Reich que:
• aloplasticamente, o organismo modifica o ambiente (tecnologia e civilização);
• autoplasticamente, o organismo modifica a si mesmo.
Em ambos os exemplos para sobreviver.
Em termos biológicos, a formação da couraça é uma função autoplástica iniciada por estímulos perturbadores e desagradáveis do mundo exterior.
A couraça, pode se formar como uma proteção contra muitos estímulos perturbadores e desagradáveis do mundo exterior como por exemplo: grandes privações ou sujeição a repressão sexual.
Pode se formar também como necessidade de proteção a poucos estímulos desagradáveis vindos do exterior como por exemplo podemos perceber que quanto mais superprotegida é a criança, menos ela sabe lidar com as dificuldades do mundo externo, mas que ao mesmo tempo é obrigada a lidar. Então ela constrói uma forte proteção narcísica, uma forte couraça, para isolá-la do mundo externo e dos incômodos do seu mundo interno. Qualquer emoção ou sentimento é sentido como uma grande ameaça.