Corpo ideal: a utopia da perfeição
Universidade Federal da Paraíba/Departamento de Pós-graduação em Sociologia, Campus I, Cidade Universitária. CEP: 58.051-970. João Pessoa – PB – Brasil, luzianas@gmail.com
Resumo: Nosso objetivo, neste trabalho, é discutir, através de uma perspectiva bibliográfica, como a cultura do corpo vigente toma para si o ideal de corpo perfeito. Refletindo tanto sobre a idealização da aparência na sociedade atual, como também sobre a fusão entre beleza e saúde – da qual essa cultura faz uso –, debatemos os reguladores e os imaginários sociais que permeiam as construções corporais. Nesse sentido, analisamos a noção de autotransformação e de perfeição como ponto nodal para explicação dos usos e representações corporais na sociedade contemporânea. Palavras-chaves: corpo ideal, autotransformação, beleza, saúde e perfeição. Área do conhecimento: Ciências Humanas/ Sociologia. principalmente, as mulheres se submetiam e continuam a se submeter. O desejo de magreza do início do século XVI, descrito por Vigarello (2005), nos faz pensar no surto da magreza, instituído nos últimos séculos como ideal de beleza.
Havia algumas práticas extremas em que se conseguia uma verdadeira desidratação interior: jovens mulheres eram acoitadas para introduzir um pó de giz a fim de que, desta maneira dura e desidratante, pudessem ficar magras e os corpos esbeltos (2005, pp. 42-43).
1. INTRODUÇÃO A intensificação da valorização do corpo tem indicado a construção da aparência como uma das importantes formas de construção do sujeito. Os significados atribuídos à plástica corporal, as finalidades sociais de utilização do corpo, assim como suas relações entre pretensões individuais e o contexto sociocultural, tornaram-se elementos centrais na busca de sentidos diante da fragmentação da sociedade contemporânea. O corpo, reconhecido como lugar inquestionável da individualidade e da subjetividade desde a modernidade, ganha contornos na