Coração das trevas e orientalismo de joseph conrad e edward said
A obra utilizada foi “O Coração das Trevas” de Bernard Conrad. Considerada uma obra prima de seu tempo, trás o relato de Marlow, inspirado na própria experiência do autor em uma viagem ao Congo em meio do processo imperialista que ocorria feito pelas metrópoles europeias no continente africano. Os principais aspectos da obra utilizada serão elucidados a seguir.
O Coração das Trevas
Nessa obra, Conrad descreve através do personagem Marlow a sua experiência no continente africano enquanto agente do projeto imperialista e colonizador europeu na África. Sua narrativa nos descreve com riqueza de detalhes as impressões que sua visita ao continente trouxe, ligadas às místicas sobre o continente e descrevendo no olhar europeu a exploração africana pelas metrópoles.
Conrad, apesar de ser um homem inserido no mundo imperialista, por ser expatriado da Polônia, não via com bons olhos a exploração das colônias europeias. Dessa forma, mesmo não podendo evitar seu envolvimento com esses processos, não se permitia a ausência de crítica sobre o comportamento europeu perante as colônias e sobre a égide do eurocentrismo.
Em O Coração das Trevas, podemos perceber aspectos muitos peculiares do sistema imperialista colonial europeu, sendo eles:
- A partilha da África entre as metrópoles europeias;
Ao longo da narrativa, Conrad menciona personagens de diferentes nacionalidades, todas europeias. Aqui percebe-se a partilha do continente africano pelas potências europeias, estipulada na Conferência de Berlim (1884) para garantir às metrópoles acesso a novas colônias da forma mais organizada possível para as metrópoles e ignorando completamente as demandas das colônias. - Conflitos entre colonizadores e nativos e desaparecimento das populações nativas de suas aldeias que fugiam da exploração e conflito;
No primeiro capítulo da obra, o autor fala sobre conflitos entre colonos e nativos