Coordenador
Sartre abre o seu texto tratando de algumas críticas feitas a sua doutrina, em especial aquelas dirigidas por marxistas (o existencialismo seria uma filosofia que prega a contemplação, luxo burguês) e por católicos (o existencialismo passa uma imagem negativa do ser humano [“esquecemos o sorriso da criança”] e por transformar a moral num reino de relatividade radical, por tirar Deus de cena). Sarte nos adianta que, ao contrário do que pensam, o existencialismo se caracterizará tanto por um humanismo, no sentido de que há uma construção da subjetividade humana (SARTRE, 1987, p. 3) como por um otimismo, uma doutrina da ação (SARTRE, 1987, p. 4). Sartre também rechaça a vulgarização do vocábulo.
Então, diferencia entre duas escolas existencialistas: o existencialismo cristão, onde alinha Jaspers e Marcel e o ateu, onde coloca Heidegger e ele próprio como representantes. Muito embora, Sartre aponte, paradoxalmente, que o existencialismo não está preocupado em fornecer uma prova da inexistência de Deus e que a existência ou não dele é indiferente para todo