CONTRIBUI ES DO PENSAMENTO DE MICHEL FOUCAULT PARA OS ESTUDOS QUEER
Francisco Valberdan Pinheiro Montenegro
Pablo Severiano Benevides
Heloísa Oliveira do Nascimento
No pensamento contemporâneo referente às questões de gênero uma dada vertente tem ganhado cada vez mais espaço, aqui a chamaremos de Estudos Queer. A palavra queer (de origem norte americana), conforme Louro (2008), constitui-se na expressão pejorativa com que são denominados os sujeitos de sexualidades periféricas, além de servir para indicar o que é incomum ou bizarro. Sendo assim, o queer possui um histórico de abjeção. Esse termo, nas palavras de Louro (2008), com toda a sua carga de estranheza e de deboche, é assumido por uma vertente dos movimentos homossexuais para caracterizar uma perspectiva de oposição e contestação. Tendo como alvo tanto a heteronomatividade quanto o movimento homossexual ou LGBT hegemônico. Nesse sentido, o queer representa a diferença que não que ser assimilada. Constitui-se como um empreendimento intelectual pós-identitário uma vez que, em suas formulações o foco sai da identidade para a cultura (LOURO 2004).
No âmbito da teoria o queer pode ser entendido como “uma coleção de compromissos intelectuais com as relações entre sexo, gênero e desejo sexual” (SPARGO, 2006, p. 8). Relação que tem sido problematizada por autor@s como Butler (2014); Preciado (2011); Sedgwick (2007); Miskolci (2009); Louro (2001) e Halberstam (2012). Sobre a apropriação da palavra queer por este pensamento Miskolci, textualmente, nos diz que:
A escolha do termo queer para se autodenominar, ou seja, um xingamento que denotava anormalidade, perversão e desvio, servia para destacar o compromisso em desenvolver uma analítica da normalização que, naquele momento, era focada n sexualidade. Foi em uma conferência na Califórnia, em fevereiro de 1990, que Teresa de Laurentis empregou a denominação Queer Theory para contrastar o empreendimento queer com os estudos gays e lésbicos (2009, p. 151-152).