Conto. O Sorriso da Estrela - Resenha Crítica.
LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA.
Seminário Interdisciplinar de Pesquisa II
Turma 2013.1
Semestre 2013.2
FONSECA, Aleilton. O Desterro dos Mortos. Conto: O Sorriso da Estrela. Bahia: Editora Via Litterarum, 2012.
Jandeane Oliveira.
O escritor e professor universitário baiano Aleilton Fonseca (54 anos) vive em Ilhéus, Bahia e é autor de doze livros¹. Dentre suas obras, destaco o publicado, inicialmente, em 2001: “Desterro dos Mortos”, um livro de contos que abordam a temática cotidiana da eterna saudade de alguém. O conto “O Sorriso da Estrela” será resenhado a seguir.
“O Sorriso da Estrela” é uma narrativa em primeira pessoa, onde o narrador (Pedro) descreve suas recordações do dia em que sua irmã Estela, de 13 anos, morreu. A maneira como é descrita a situação em destaque no conto, em seus dois primeiros parágrafos, demonstra traços de uma linguagem típica de criança, comprovada no trecho em que Pedro diz que “[...] nunquíssimo a chamaria de ‘sua doida’” (p.23). Em “Ela nascera primeiro, três anos antes de mim [...]” (p.23), faz parecer que o texto é narrado, realmente, por uma criança de dez anos. É um paradoxo, pois nos parágrafos seguintes, termos que, geralmente, crianças não conhecem ou fazem uso, são utilizados, como “surpreendia” (p.24), “enfado” (p.25), “inquiria” (p.27).
A partir de sua memória, o personagem descreve, de forma muito detalhista a noite em que todos à sua volta “de quando em quando se rezavam benditos” (p. 23) em torno do corpo de sua irmã, para a qual nunca demonstrou demasiado afeto. Mas, ao se deparar com a ausência de Estela nos ambientes que os dois compartilhavam, sentiu que, enfim, “começava a entender sua linguagem [...], pela primeira vez, eu (ele) dialogava com ela” (p.23).
Pedro fugia dessa irmã, por seus amigos o zombarem, como “Dindinho, o irmão da doida” (p.24). “Dindinho” era o apelido carinhoso que Estela, o colocara. Pedro