contabilidade
Centro de Estudos Sociais
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
A economia social — Uma constelação de esperanças1
Resumo: Este texto encara a economia social como uma constelação de esperanças. Viaja em torno do respectivo conceito, valorizando a origem do seu surto mais recente e comentando algumas dinâmicas sociais que lhe são conexas.
Particulariza a questão da não-lucratividade das cooperativas e percorre o enquadramento jurídico da economia social, no caso português. Equaciona então o problema dos princípios e valores que estruturam a economia social.
Conclui com a proposta de se encarar como seu elemento potenciador, uma nova conjugação entre os processos de desenvolvimento local e os movimentos sociais que dão vida às organizações de economia social.
1. Introdução
A economia social é já hoje uma constelação de esperanças. Pode mesmo dizer-se que a esperança é um dos seus verdadeiros princípios motores. Por isso, o realismo presente no quotidiano das organizações que a integram não as impede de viverem em função de um futuro que se quer melhor. Na verdade, ela é uma constelação de esperanças que busca a sua razão de ser em realidades e problemas concretos.
Numa perspectiva organizativa, a sua heterogeneidade aconselha a encará-la mais como uma flexível e distendida confederação, do que como uma verdadeira federação, uma rede de malha apertada. Talvez se possa falar, com propriedade, numa confederação de iniciativas.
Com este ponto de partida, abrindo as ideias de cada um às ideias dos outros, sem nos deixarmos prender demasiado por uma rigidez classificativa prematura, talvez
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Este texto reproduz o essencial de um comunicação apresentada numa Mesa Redonda sobre A
Economia Social e o Terceiro Sector: Delimitação, Estudos e Projectos, promovida pela Rede
Europeia Anti-Pobreza / Portugal (REAPN).
A economia social — Uma constelação de esperanças
possamos alcançar resultados úteis. No âmbito