Contabilidade intermediária
Roberto Carvalheiro (Consultor, GenSys Consultores Associados S/C Ltda)
Eduardo da Cruz Gouveia Pimentel (Doutorando, FCAV/UNESP - Jaboticabal)
Introdução
Importantes avanços têm ocorrido nos programas de melhoramento animal no sentido de permitir aceleração do progresso genético e maior difusão do material genético superior. Estes avanços colaboraram para que a endogamia recebesse atenção especial de pesquisadores e selecionadores. Apesar do tema “endogamia” ser de grande importância em outras áreas como, por exemplo, na preservação e manutenção da diversidade genética de diferentes raças e espécies, o enfoque do presente trabalho foi feito no intuito de tentar esclarecer porque há preocupação com a endogamia nos programas de melhoramento atuais. Antes, porém, alguns conceitos primordiais serão discutidos.
Endogamia: conceitos básicos
Endogamia consiste no acasalamento de animais aparentados ou, mais apropriadamente, no acasalamento de animais mais aparentados do que a média da população ou de uma população base da qual não se conhece os ascendentes.
O grau de endogamia de um indivíduo é descrito pelo coeficiente de endogamia (F) ou, formalmente, pela probabilidade de que 2 alelos em um locos tomado ao acaso sejam idênticos por descendência. O F de um indivíduo pode ser calculado como a metade do parentesco entre seus pais. O parentesco, por sua vez, representa a porcentagem esperada de genes em comum entre indivíduos. Como exemplo, o parentesco entre meio irmãos (filhos de um mesmo touro ou vaca) é de 25%, sendo que o acasalamento entre eles resultaria em um animal com F de 12,5%.
Atualmente, existem algoritmos computacionais que permitem o cálculo do F de grandes conjuntos de dados de forma rápida e eficiente (ex.: Meuwissen e Luo, 1992).
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Artigo apresentado no II GEMPEC – Workshop em Genética e Melhoramento na Pecuária