Construção de disciplina específica sobre saberes tradicionais: plantas medicinais, plano piloto para escolas indígenas.

1. INTRODUÇÃO O Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta e associado à sua rica diversidade étnica e cultural detém um valioso conhecimento tradicional passado de geração a geração, entre os quais, destaca-se o vasto acervo de conhecimentos sobre manejo e uso de plantas medicinais (BRASIL, 2006). O uso de plantas medicinais faz parte da cultura tradicional do povo brasileiro, principalmente na região norte devido à sua utilização na cura e no tratamento de doenças. Na região amazônica, quando há uma pessoa doente na família, principalmente em comunidades ribeirinhas e indígenas, tradicionalmente os remédios naturais são preferencialmente usados. No caso de um problema grave de saúde, os indígenas e caboclos procuram os hospitais ou postos de saúde nas cidades, muitas vezes distantes. Enfrentam a grande dificuldade de acesso aos medicamentos alopáticos. Apesar das dificuldades de acesso a esses medicamentos, vem se observando a cada dia um aumento no uso dos mesmos, diminuindo a cada dia o uso das plantas medicinais. Percebe-se que a cada nova geração de indígenas e caboclos um vasto conhecimento desse saber tradicional está sendo perdido. Segundo os autores, Pinto et al. (2006) a continuidade desse conhecimento tradicional vem sendo ameaçada pela interferência de vários fatores externos tais como: maior exposição das comunidades às pressões econômicas e culturais externas; maior facilidade de acesso aos serviços da medicina moderna; deslocamento das pessoas de seus ambientes naturais para regiões urbanas, o que leva à perda do conhecimento popular acumulado há várias gerações e, conseqüentemente, ao seu desaparecimento. A preservação do conhecimento indígena necessita ser assegurado pela educação na escola através de práticas pedagógicas que documentem e descrevam o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais. Diante do exposto, propõe-se neste estudo a construção de uma disciplina específica