Construção da ahe marabá: a justificativa institucional e os impactos sobre as vidas.
* Fabiano dos Santos Rodrigues
*Ribamar Ribeiro Junior
Pretendemos neste trabalho, tecer algumas considerações a partir do processo de implantação da AHE Marabá (PA), como parte de um projeto maior baseado na expropriação intensiva dos recursos naturais da região. Mais um projeto polêmico e de grande extensão passando por três estados da Amazônia que interligará a hidrelétrica de Tucuruí a outras três nos rios Tocantins e Araguaia. Prever a inundação de uma terra indígena e várias áreas de assentamentos da reforma agrária, com a perspectiva de atingir cerca de dez mil famílias. O trabalho se baseia em dados preliminares, nós a utilizamos como um exemplo para discutir mais concretamente os possíveis impactos para a sociedade e para o ambiente e da atual estratégia adotada pelo governo, associando o empreendimento na rota de conexão do sistema interligado nacional, o SIN. Mesmo que o custo econômico, social e ambiental da barragem em si seja elevado, este se compensa pelo baixo custo da construção de infra-estrutura de transmissão para a energia ser usada nacionalmente, essa é a justificativa do governo. Por outro lado, a resistência dos povos, ás áreas a serem inundadas e as conseqüências com a intensificação dos conflitos sócio-ambientais, tem sido as principais preocupações dos movimentos sociais organizados na região.
No entanto, o atual projeto se encontra em fase estudo para obtenção de licenciamento e faz parte do Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos Rios Araguaia e Tocantins elaborado pelo Ministério de Minas e Energia para 2006 - 2015 cujo o potencial de geração esperado para o projeto é de 2.160 MW.